DAS VÍTIMAS DO ASSÉDIO SEXUAL
Resultado de Pesquisas
Quem é a vítima do Assédio Sexual?
O Assédio Sexual é uma questão que abrange ambos os sexos, uma mulher ou um homem pode ser vítima de um constrangimento desta natureza, como também podem ocorrer casos entre pessoas do mesmo sexo; homem assediando homem e mulher assediando mulher.
Em qualquer dos casos, poderá ser aberto um inquérito policial para apurar os fatos e penalizar o assediador.
O Assédio Sexual nem sempre é cometido com agressão física, mas sempre destitui a vítima de seus direitos individuais, privando-lhe a liberdade, a dignidade e o respeito próprio. E mais, delimita a divisão dos papéis sociais e seus constantes mecanismos de dominação.
No Brasil, de acordo com o resultado de uma pesquisa elaborada pela Brasmarket, Análise e Investigação de Mercado, em 1995,
52% das mulheres consultadas já foram molestadas sexualmente no ambiente de trabalho.
Delas,
22% não deram importância;
18% sentiram-se ofendidas;
6% sentiram-se envaidecidas e
54% não souberam como agir.
As poucas que denunciaram o crime ou buscaram na Justiça a proteção legal, sentiram-se impotentes, principalmente pelo fato de que muitas foram afastadas de suas funções ou demitidas por difamação.
Nos Estados Unidos da América uma publicação editada por especialistas em pesquisas, o Guide to Affirmative Action, de Illinois, atestou que 90% de todas as mulheres consultadas garantem que o Assédio Sexual é um problema grave e 72% consideram que já foram assediadas no local de trabalho.
Das mulheres que foram assediadas sexualmente,
52% ficaram sujeitas a comentários ou provocações sexuais;
41% foram alvos de olhares ou sorrisos sugestivos; 26% foram molestadas por insinuações ou pressões sutis;
25% foram tocadas ou agarradas com clara intenção de realização de coito;
20% receberam propostas indecorosas;
14% insistentemente foram provocadas a aceitar um relacionamento amoroso;
9% tinham sofrido variadas propostas sexuais indesejáveis e
2% sofreram estupro coercitivo.
A situação é preocupante. Exibe um quadro em que mostra que a grande maioria das mulheres norte-americanas já vivenciou o Assédio Sexual, pessoalmente, ou tem conhecimento de alguém que já passou por uma situação desta natureza.
A pesquisa deixa claro que, na grande parte dos casos, os envolvidos trabalham na mesma empresa e a vítima normalmente encontra-se numa posição de menor poder do que o acusado. A situação mais comum é a do chefe/subordinado(a) e clientes/fornecedores assediando funcionários(as).
As mulheres, principais vítimas do Assédio Sexual, enfrentam o problema dentro e fora do trabalho. Nas escolas são constantemente assediadas por colegas e professores. Mas raramente denunciam o crime, temendo represálias e perseguição por parte dos agressores, principalmente do professor que poderá reprová-la nas provas com notas baixas.
No Brasil, como em outras partes do Mundo, poucas vítimas dão queixa. A principal razão é ter que levar aos tribunais um indivíduo hierarquicamente superior no trabalho ou na escola, acusado de Assédio Sexual.
O ASSÉDIO SEXUAL NO BRASIL
Em 1994, o Conselho Estadual da Condição Feminina de São Paulo elaborou um questionário sobre como é feito o Assédio Sexual no Brasil e como reagem as vítimas. O documento foi respondido por 2.206 mulheres em doze grandes capitais brasileiras.
Perguntas:
Em alguma ocasião seu patrão, supervisor, superior, encarregado ou cliente:
1) Abordou-a com propostas de conotação sexual?
SIM: 36% - NÃO: 64%
2) Confidenciou assuntos íntimos e embaraçosos sem que Você o incentivasse?
SIM: 29% - NÃO: 71%
3) Presenteou-a de maneira insistente e indiscreta?
SIM: 17% - NÃO: 83%
4) Tentou comprar seus favores com uma generosidade suspeita ou com ameaças relativas ao emprego?
SIM: 13% - NÃO: 87%
5) Tentou convencê-la a aceitar suas investidas por meio de chantagens afetivas (por exemplo, apresentando-se como vítima de uma relação fracassada, infeliz)?
SIM: 24% - NÃO: 76%
6) Prometeu vantagens ou promoções condicionadas à aceitação de suas investidas?
SIM: 17% - NÃO: 83%
Mulheres que responderam SIM a pelo menos uma das perguntas sofreram ou sofrem Assédio Sexual em seu local de trabalho.
Muito mais do que uma agressão, o Assédio Sexual pode representar o início de um eterno sofrimento.
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